“Venha a mim, e fique preso Pelos poderes da Rainha das Encruzilhadas” (Simpatia para amarração de amor) A chuva estava muito forte lá fora, e os sons da tormenta chegavam até o porão. Ana Rosa desceu as escadas, levando apenas uma vela roxa no castiçal. Ela vestia sua capa ritualística preta e estava apreensiva. Poucas coisas eram capazes de assustar Ana Rosa Arabella, mas ela nunca havia tentado aquele ritual sozinha. Se concentrou ao traçar o círculo, cantando rezas quase tão antigas quanto a humanidade. Se sentou fora dele, derramando vinho e tabaco em seu interior. A velha bruxa iria apreciar a oferenda. Não demorou muito e a vela foi apagada por um sopro de vento anormal. Ana Rosa sentiu os pelinhos da nuca se eriçarem quando a visão luminosa da bruxa idosa apareceu, sentada em uma cadeira de balanço e costurando. - Meus velhos ossos doem nessas noites de tempestade. – Gemeu o espírito da bruxa. - Eu lhe trouxe vinho e tabaco, vovó. – Disse Ana Rosa, a
“É assim o destino... Doce e cruel.” (Dulce María) Ana Rosa bateu na porta com firmeza. Lucas bocejou, se arrastando até ela para abri-la. - O que...? Ana Rosa não o deixou falar. Apenas torceu a orelha de Lucas tão forte que ele deixou escapar um grito. - Perdeu completamente o juízo, guri? Quem você pensa que é para ameaçar a minha sobrinha? Garoto imbecil! Imbecil! As palavras dela eram ásperas, mas Lucas teve a impressão de que ela estava menos furiosa do que aparentava, e esfregou as orelhas, irritado, quando ela o soltou. - Violeta quer que eu te mande embora, e não a culpo. Aquilo é jeito de tratar uma moça que não te fez nada? - Violeta – cospe Lucas – me fez mais mal do que qualquer outra pessoa no mundo. Ela me esqueceu sem pensar duas vezes. - Sei! Está culpando a minha sobrinha por estar vivendo a vida dela depois que você a deixou. Muito maduro da sua parte! Lucas suspirou, baixando os olhos. - Eu estou envergonhado pelo o que eu fiz. Muito e